30 de novembro de 2023
Por Comitê de Diversidade e Inclusão do Ibracon
A empatia, caracterizada pela habilidade de compreender, compartilhar e acolher os sentimentos alheios, emerge como uma ferramenta poderosa na construção de ambientes inclusivos no cenário empresarial contemporâneo. Em um mundo diversificado, onde indivíduos de diversas origens, culturas, crenças e habilidades coexistem, a empatia se torna essencial para fomentar a compreensão mútua, aceitação e a geração de benefícios para organizações que buscam genuinamente a inclusão.
Essa habilidade, definida como a capacidade de se colocar no lugar do outro e compreender sua vivência, pode exercer uma influência significativa no ambiente de trabalho, refletindo diretamente no bem-estar e desempenho dos colaboradores. O crescente cenário de estresse e depressão no ambiente profissional destaca a importância crucial da empatia como uma competência essencial nas empresas, promovendo ambientes seguros, acolhedores e humanos, por meio da valorização das pessoas, consideradas essenciais para o sucesso e sustentabilidade organizacional.
Quando a empatia é negligenciada, as relações entre os colaboradores estagnam, resultando em sobrecarga e desentendimentos. Como consequência, os colaboradores não se sentem parte integrante da empresa, o que impacta negativamente no desempenho, pois o trabalho passa a ser percebido como uma mera obrigação.
Além disso, um clima de competição excessiva pode levar os colaboradores a se enxergarem como rivais, gerando individualismo e isolamento. O cultivo da empatia, portanto, não apenas promove a saúde mental e emocional no ambiente de trabalho, mas também fortalece a coesão e a colaboração, elementos fundamentais para o sucesso organizacional.
A presença da empatia no ambiente de trabalho não apenas contribui para o equilíbrio emocional, o engajamento social e o desempenho profissional, mas também fortalece o sentimento de pertencimento e a qualidade das relações, permitindo que todos se sintam valorizados e respeitados. No entanto, surge a questão de como as firmas de auditoria podem efetivamente incorporar a empatia em seus ambientes de trabalho.
De acordo com o estudo da BusinesSolver de 2017, a grande maioria dos funcionários expressa o desejo de ter flexibilidade em seus horários de trabalho e alguma liberdade no local de trabalho. Lamentavelmente, apenas 38% dos funcionários relatam ter benefícios relacionados a horários flexíveis ou ao local de trabalho disponíveis para eles.
Outro ponto destacado no estudo é que mais de 60% dos funcionários acreditam que um pacote de benefícios sólido demonstra empatia no ambiente de trabalho, superando até mesmo a preferência por programas de responsabilidade social corporativa. Além disso, os funcionários valorizam gestos simples, como o tratamento cuidadoso e a atenção à saúde mental e física, como indicativos de que um empregador pratica a empatia. Esses dados evidenciam a necessidade de as firmas de auditoria incorporarem, cada vez mais, práticas flexíveis e benefícios abrangentes para verdadeiramente promover uma cultura organizacional empática e centrada nas necessidades de seus colaboradores.
Ao analisar o papel das lideranças na construção de ambientes empáticos, o estudo realizado pela BusinesSolver em 2017, com dados dos EUA, revela uma disparidade significativa nas percepções. Apenas metade dos funcionários e profissionais de RH avaliam as empresas em geral como sendo empáticas. No entanto, o dado mais notável é que apenas 57% dos CEOs acreditam que a empatia entre os líderes necessita de evolução. É surpreendente constatar que expressivos 76% dos CEOs consideram que suas organizações estão no caminho certo ao demonstrar empatia, em contraponto aos 63% dos funcionários que compartilham dessa visão. Essa disparidade evidencia uma desconexão substancial entre a percepção da liderança e a realidade percebida pela população de funcionários, destacando a necessidade de um maior alinhamento e compreensão mútua entre ambas as partes.
Num contexto mais amplo, a empatia desempenha um papel crucial na desconstrução e ressignificação de perspectivas, agindo como um catalisador para o estabelecimento de relações baseadas em respeito e justiça social.
Considerada uma habilidade comportamental, a empatia exige intenção, conhecimento e prática contínua, transformando-se gradativamente em um hábito a ser internalizado na cultura da empresa. No cenário atual, as novas gerações que entram no mercado de trabalho buscam cada vez mais ambientes que promovam o crescimento mútuo e um sentido profundo de pertencimento.
No entanto, de acordo com uma pesquisa da Gallup de 2017, apenas 15% desses profissionais afirmam que sua liderança os faz sentir-se motivados ou entusiasmados em relação ao futuro. Este dado destaca a lacuna existente e a necessidade premente de cultivar uma cultura organizacional empática que atenda às expectativas e aspirações das gerações emergentes.
Refletir e aprimorar continuamente nosso próprio comportamento é imperativo. Como salientado por Patricia Moore, autora do livro “O Poder da Empatia”, a empatia requer uma consciência constante de que nossos interesses e necessidades não refletem universalmente os de todos.
Reconhecer a necessidade de concessões contínuas é fundamental para promover um entendimento mais profundo de nossa responsabilidade no contexto sistêmico do ambiente de trabalho. Esse reconhecimento, que valoriza a integralidade do ser humano, não apenas contribui para uma experiência aprimorada para os colaboradores, mas também estende seus benefícios aos clientes e à sociedade em geral.
Compreendendo a crescente importância de fortalecer as competências humanas como um diferencial na profissão de auditoria, este artigo destaca o firme compromisso do Ibracon em desempenhar um papel significativo na criação de ambientes empresariais inclusivos e colaborativos.
Ao promover práticas éticas e sustentáveis, o Ibracon, de forma alinhada à Bandeira: Fortalecimento da cultura de Diversidade e Inclusão, não apenas influencia positivamente a integridade dos negócios, mas também transcende os limites organizacionais, contribuindo para um futuro mais equitativo e alinhado com as necessidades tanto individuais quanto coletivas, consolidando o papel crucial da auditoria na construção de uma comunidade empresarial responsável e resiliente.
Bibliografia:
EDUCAÇÃO PÚBLICA. Empatia: Exigência do Mundo Atual. Educação Pública, volume 19, número 1, Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/19/1/empatia-exigencia-do-mundo-atual. Acesso em: 27 de novembro de 2023.
BUSINESSOLVER. Businessolver Workplace Empathy Monitor 2017. Disponível em: https://info.businessolver.com/hubfs/businessolver-workplace-empathy-monitor-2017.pdf. Acesso em: 24 de novembro de 2023
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