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Conferência discute sobre o profissional do futuro da Auditoria Independente

29 de junho de 2023

Publicação foi apresentada durante a palestra de encerramento da 13ª Conferência Brasileira de Contabilidade e Auditoria Independente

Quem são os profissionais do futuro na Auditoria Independente? Para analisar as competências, habilidades e perfil dessas pessoas, o Ibracon – Instituto de Auditoria Independente do Brasil realizou a 13ª Conferência Brasileira de Contabilidade e Auditoria Independente, no Teatro Claro em São Paulo (SP).

Ontem, 28, o último painel do evento foi “O profissional do futuro da Auditoria Independente pode ser você?”. Nele, participaram: Angela Castro, membro do Comitê de Diversidade e Inclusão do Ibracon; Felipe Pinton, membro do Grupo de Trabalho (GT) Firmas de Auditoria de Pequeno e Médio Portes (FAPMP) do Ibracon; Leandro Camilo, líder do Comitê de Diversidade e Inclusão do Ibracon; Maria Julia Esteves, embaixadora do Ibracon Jovem; e Mahryan Sampaio, embaixadora da juventude da ONU e cofundadora do Instituto Perifa Sustentável.

A apresentação inicial foi conduzida por Leandro Camilo, que fez o lançamento da Cartilha de Inclusão e Diversidade do Ibracon , publicação produzida pelo Comitê de Diversidade e Inclusão. “Em agosto de 2021, assumimos um compromisso, não apenas com as empresas de auditoria, mas com toda a sociedade. Entendemos que, pela potência do Instituto, na iminência de completar 50 anos de existência, não poderíamos nos manter silentes, diante desse enorme desafio que é promover a diversidade e a inclusão na nossa sociedade”, declarou.

A publicação tem como objetivo apoiar as firmas, ao trazer orientações sobre boas práticas na implementação de estratégias de Diversidade e Inclusão. “Ainda há pessoas que pensam nisso como uma onda passageira. Ou que diversidade e inclusão são parte de um movimento identitário e não de um projeto de sociedade. Nós, no Ibracon, pensamos nisso como um projeto de nação, e que não há espaço para seguir de uma outra forma. Eu espero que essa cartilha seja de grande valia para nós todos, para a nossa comunidade, para as nossas firmas de auditoria”, declarou Camilo.

Em seguida, subiu ao palco Mahryan Sampaio, embaixadora da juventude da ONU e cofundadora do Instituto Perifa Sustentável. A jovem de apenas 23 anos tem uma ampla experiência à frente de Organizações Não Governamentais, sobretudo focadas nos temas socioambientais, de refugiados e em territórios.

Mahryan explorou de modo amplo os temas da Diversidade e Inclusão, passando pela questões raciais, de gênero, capacitismo e etarismo, reforçando a importância dessa multiplicidade, sobretudo do que define como equidade intergeracional, em sua própria trajetória profissional e de vida. “Eu acredito que tudo que fiz até hoje, apesar de ter aplicado um grande esforço pessoal, é fruto de muita cooperação entre inovação e tradição. Ou seja, quando conseguimos equilibrar, no mercado de trabalho, a atuação das pessoas mais jovens com as pessoas mais velhas, conseguimos construir não só um futuro, mas esse presente que queremos ver, muito mais inclusivo, muito mais igual, muito mais justo e sustentável para todo mundo”, enfatizou.

A palestrante também fez um ampla apresentação abordando os temas da liderança no contexto atual, em todo o espectro das competências emocionais que o novo tempo de transformações requisita. Não ficou de fora um dos temas abordados no painel anterior: a tecnologia. “Quando pensamos em inovação, em inteligência artificial, e todas as demais tendências, eu acho muito bacana que a gente sempre pense na ideia de inovação atrelada à tradição e aos nossos valores, sempre com muita responsabilidade também”, comentou Mahryan. “Certa vez, me perguntaram: se o seu estilo de liderança fosse uma mesa posta, como ele seria? E eu digo que seria uma mesa redonda, pois ficaria muito mais fácil para que todas as pessoas pudessem conversar. Estaríamos basicamente na mesma posição. Eu convidaria muitas pessoas diferentes para se sentarem comigo. Eu acho que eu serviria os meus convidados, mas gostaria que eles pudessem se servir também. Para terem, literalmente, a liberdade de trocar os seus lugares, escolher do que eles querem se ‘alimentar’, ou seja, de que tipo de conhecimento querem se nutrir”, resumiu a palestrante.

Em sua fala, Maria Julia Esteves, embaixadora do Ibracon Jovem, começou por abordar a ideia do “profissional do futuro”. “A gente traz muito o pensamento de que o profissional do futuro é aquela pessoa que está entrando no mercado de trabalho. Eu não acredito nisso, e sim que o profissional do futuro é todo mundo que deseja estar no mercado de trabalho nos próximos anos. Então, seja você um sócio, seja você um gerente, um diretor, um trainee, se você quer estar no futuro, você será este profissional”, esclareceu. Segundo ela, o Ibracon tem feito esse movimento de inspirar o mercado a se adaptar ao profissional do futuro. Maria Julia também tocou no ponto da tecnologia: “A inteligência humana aliada a artificial vai trazer muitos resultados e potencializar nossas entregas como auditoria. Eu acredito que o profissional do futuro, quando a gente pensa em tecnologia, é alguém que está no conceito life long learning, o tempo todo estará aprendendo uma linguagem nova”, resumiu.

É claro que é inevitável pensar no conflito que pode haver, em algum momento, entre os profissionais seniores e os mais jovens. Em que medida é possível deixar espaço para que estes últimos possam adquirir a expertise necessária à atuação na Auditoria Independente? Na questão que envolve o aprendizado dos profissionais que estão chegando ao mercado, Angela Castro, membro do Comitê de Diversidade e Inclusão do Ibracon, lembrou que o ganho de experiência depende, fatalmente, do erro. “É parte do crescimento, do desenvolvimento, é fundamental que a gente teste algumas coisas. Não dá para gerar inovação, ou até mesmo disrupção, sem erro. Claro que a empresa de auditoria precisa pensar em formas de evitar riscos. Então, se trata de pensar de que forma nos cercamos para errar menos e aprender mais. Não estou fazendo apologia ao erro, mas acredito que, às vezes, temos que arriscar e pensar um pouco diferente, porque isso faz parte do crescimento”, comentou.

Por Comunicação Ibracon