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O diferencial competitivo do país com a adesão às normas internacionais de Contabilidade

12 de setembro de 2023

A sigla IFRS, na Contabilidade, representa as normas internacionais de relatório financeiro, que foram desenvolvidas pelo International Accounting Standards Board (Iasb)

Você sabia que existe uma padronização contábil, de alcance global, capaz de realizar a compreensão facilitada da contabilidade empresarial em qualquer lugar do mundo? Sim, não só existe, como sua implementação é uma excelente medida para empresas que buscam aprimorar o compliance em suas operações.

A sigla IFRS, na Contabilidade, representa as normas internacionais de relatório financeiro, que foram desenvolvidas pelo International Accounting Standards Board (Iasb), com o objetivo de estabelecer padrões globais para os procedimentos contábeis e critérios de negociação. São essas normas que determinam como os procedimentos contábeis devem ser executados dentro de uma empresa, incluindo a elaboração de demonstrações contábeis.

Segundo o conselheiro do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Wellington Cruz, o processo de internacionalização da contabilidade iniciou pelo setor privado.

“As normas IFRS (International Financial Report Standard) estabelecem padrões internacionais de contabilidade financeira, são emitidas pelo Iasb – que é um órgão regulador, com sede em Londres –, e adotadas em mais de 138 países no mundo, que representam mais ou menos 80% do PIB mundial. Inclusive, o Conselho Federal de Contabilidade faz parte desse órgão, e o Brasil, então, em 2007, criou uma lei que versa sobre o padrão de contabilidade da Lei de Sociedades Anônimas aqui no Brasil, o qual passou a adotar as normas internacionais de Contabilidade”, explica.

Com o Brasil inserido no cenário da globalização e do mercado de capitais, foi necessário adotar as normas internacionais de contabilidade, com o propósito de minimizar os diferentes critérios e práticas para reconhecer e mensurar cada transação. Aplicando as IFRS, é possível alcançar uma padronização na contabilidade, independentemente do país de origem da empresa, garantindo uma linguagem financeira comum e compreensível em nível internacional.

“O Brasil, ao adotar essas normas, passa a ser um player, com o mesmo padrão internacional. O padrão internacional de demonstrações e relatórios contábeis faz com que a gente garanta competitividade nas empresas brasileiras, porque ganha comparabilidade com as empresas internacionais, ou seja, a mesma forma como a contabilidade é reconhecida, como o lucro se dá. No Brasil, o lucro por ação se dá a partir da contabilidade e do que os relatórios indicam, e também será o mesmo que vai apurar na Espanha, em Portugal e em outros países europeus”, prossegue Wellington.

Percebeu-se uma maior transparência e possibilidade de entendimento das demonstrações contábeis de outros países. Houve uma maior integração com o mercado internacional de capitais, já que ele possuía exigências relativas ao risco e à estrutura das demonstrações contábeis apresentadas.

“Isso faz com que, principalmente, o contador brasileiro seja um contador global, em termos de padrões que ele adota com normas para seguir. Então, o Conselho Federal editou essas normas e passou a ser um regulador”, afirmou o conselheiro.

Ao considerar as IFRS, as empresas também ganharam eficiência, pois o modelo de normas exige relatórios internos e externos que permitem uma otimização e padronização das atividades contábeis.

Impactos para os contadores

Devido à forte influência governamental sobre a contabilidade, antes mesmo da adoção das IFRS, a profissão contábil já possuía no Brasil um caráter bastante desafiador, exigindo dos profissionais a busca constante pelo conhecimento e pela atualização.

Para Wellington Cruz, o mercado privado, quando vem investir, observa os números da contabilidade pública para ver se vai investir, ou não, no país.

“Deve ser analisada a capacidade de pagamento, de endividamento, com o reconhecimento das receitas, dos passivos. Isso faz com que exista mais transparência. Tanto no setor privado como no público, esses padrões já foram implantados. No Brasil, ainda não está 100%, mas a Secretaria do Tesouro Nacional pede que estejam cada dia mais alinhados”, finaliza.

Fonte: Comunicação CFC